TENHO UMA BONECA ASSIM, ASSIM
“A Teresinha está quase, quase a andar” – tenho repetido esta frase ao longo dos dois últimos meses mas começo a achar que a devo substituir por “a Teresinha qualquer dia anda”. Uma das coisas que muito entusiasma a minha filha é ir para a rua. Põe-se-lhe o chapéu e já sabe que é hora de passeio. Pacientemente lá vamos nós atrás dela. Senta-se. Uma pedra suscitou curiosidade e tenta levá-la á boca. “Não, não, na boca não!”. Prossegue caminho, sempre de mão dada, roçando nas ervas que cresceram com a Primavera, arranca os botõezinhos amarelos dos malmequeres e recebe as lambidelas da Ginga, a “salsicha” preguiçosa que teima em lambuzar a cara da Teresinha. A rota repete-se diariamente por entre os cedros, depois os pinheiros até ao pátio grande. Solta o “olá” aos restantes cães do sítio, fica indiferente ás ladradelas e vai directa á caixa das bolachas Maria que já compraram de propósito para lhe fazerem o gosto. O regresso faz-se pelos choupos - os pólenes já abrandaram, as tosses passaram mas agora é altura de verificar as carraças, atenção!
Mas bom, achei que com tanto passeio a criança andaria rapidamente, mas não. Apesar de sabermos perfeitamente que cada criança tem o seu ritmo, caímos sempre na tentação de desejar precocidade nos filhos - como se isso fizesse diferença no amor que lhes temos ou os tornasse melhores. São tantos os tropeções na terra, pedras e obstáculos variados que a Teresa ainda não tem confiança para andar sozinha – mas qualquer dia anda!
Embora sem grande continuidade, antes de nascer, a Teresinha ouvia alguma música. Li que fazia bem e isso é sabido. Efeito directo ou não, é na segurança da alcatifa ou da cadeirinha que a Teresa se torna mais exuberante: dança, bate palmas e agora até já tenta cantar. Reconhece sobretudo as músicas da Escolinha de Música mas á hora do jantar, quando pomos o iPod a tocar, toca de dançar. É um efeito mágico e fico fascinada: será que vai ser música? E embora saiba que não se deva fazer (a hora das refeições deve ser calma, curta e sem palhaçadas – também li e whatever!), nas alturas de crise nas refeições os vídeos são a minha salvação – acabou-se a paciência e um bocadinho de internet não lhe fará mal. Ela vive no campo! Com o karaoke do video, afino a voz e aqui vai disto: http://www.youtube.com/watch?v=6c4O-Qwtysc
Eu sei. Não é a letra mais pedagógica mas fica no ouvido!
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