Hoje é cedo e aqui estou a escrever para que leiam esta história e sorriam!
Quando li esta história antes do meu pequeno almoço lembrei-me das minhas viagens a Bali, volto sempre com os músculos da cara bastante mais desenvolvidos de tanto me rir. Ali cada cara estranha envia-te um sorriso e claro os amigos um GRANDE sorriso, por isso passas os dias a abrir a boca, esticar os lábios e a sorrir, mesmo que estejas triste por dentro sorris para os estranhos e ajuda a que a tristeza fique mais calma!
Quando chego a Portugal tento sorrir na rua para os estranhos mas quanse ninguém me responde, os velhinhos sim muitas vezes e as crianças! Leiam a história e vão perceber porque me identifiquei tanto com ela. Pensei vou enviar hoje logo pela manhã e pode ser que nos cruzemos na rua e consigamos sorrir. Não custa nada! O que é bom face à crise!
Uma linda história para contar à noite aos nossos filhos...
Uma linda história para contar à noite aos nossos filhos...
O sorriso no elevador
Num tempo
em que os homens tinham desaprendido de sorrir, apareceu, certo dia, uma menina
que tinha um sorriso tão simpático que uma pessoa até sentiria calor no
coração, se o riso e a alegria não tivessem sido expulsos há tanto tempo da
Terra.
Não se
ganhava nada com eles, diziam, e, hoje em dia, quem é que tem alguma coisa para
dar?
Mas, um
belo dia, sem nada o deixar antever, apareceu aquela menina no elevador…
A
princípio, ninguém reparou, tão preocupadas estavam as pessoas consigo mesmas.
Nem sequer
Tomás, que naquele dia regressava da escola. Seguia no elevador, sério, a
refletir, quando, de repente, ouviu a menina perguntar:
— Também
sabes rir?
Admirado,
Tomás virou-se.
— Já não
rio desde os quatro anos — resmungou.
— Porquê?
— perguntou a menina.
— Rir não
serve de nada. Não vale um cêntimo. Aprende-se isso logo no infantário.
Ao entrar
mais tarde no elevador com a mãe, Tomás voltou a encontrar a menina.
— Olá! —
disse ela com um sorriso radiante.
— Olá —
balbuciou Tomás, envergonhado.
E subiram
calados.
Mas como a
menina não deixava de sorrir, Tomás também não conseguiu por fim conter um
sorriso.
Pela
primeira vez! Mas a mãe logo ficou muito assustada.
— Pára com
isso! — ralhou-lhe ela. — Não temos nada para dar!
Tomás
assustou-se e fez uma cara séria.
Mas não
conseguia esquecer o sorriso da menina no elevador.
Quando, na
manhã seguinte, voltou a encontrá-la, ficou tão satisfeito que esboçou um
tímido sorriso.
— Mas tu sabes
rir! — exclamou a menina, radiante.
Tomás
ficou tão contente que até sentiu umas coceguinhas pelas costas acima.
Desta vez
sorriu, extasiado, e as cócegas então é que não paravam… Nunca tivera uma
sensação daquelas! Mas era uma sensação tão boa que ele agora sorria sem parar
na rua, no autocarro, na escola, na padaria. E Tomás tinha um sorriso tão
amável que as pessoas não conseguiam deixar de responder com outro sorriso. E
como elas sentiam de repente um formigueiro, também não conseguiam parar de sorrir!
Nesse dia,
Tomás voltou alegremente para casa.
Estava
todo contente: iria voltar a ver a menina! Mas quando, a sorrir, abriu a porta
do elevador, só encontrou alguns vizinhos … que lhe sorriram, hesitantes. A
menina já lá não estava e nunca mais a viu…
Só tinha
ficado aquela sensação agradável de formigueiro.
E a
menina?
Ora bem,
caso alguma vez a encontres no elevador, já sabes…
Elke
Bräunling
Da wird dia
Angst ganz klein
Limburg, Lahn Verlag, 1998
(Tradução e adaptação)
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