Nesta quarta-feira tivemos a presença da fisioterapeuta Laira Ramos que nos falou um pouco sobre o perineo e o seu trabalho com esta parte do corpo de forma a prevenir e tratar algumas patalogias.
1050-020 Lisboa
(em frente ao El Corte Inglés)
CRESCER: AS DÚVIDAS E AS CONFIRMAÇÕES
Chegámos á quinta há seis meses!
Cada mês que passou foi uma aventura, cada mês que passou foi um desafio. Seis meses é tão pouco mas o suficiente para tantas transformações. Não é sempre fácil. Muitas vezes pergunto-me se não devia estar atrás da secretária, com uma missão específica, regular e séria, no sentido a que todos estamos habituados, e a trazer dinheiro para casa. Muitas vezes fico ansiosa porque se calhar devia ter continuado a “carreira”. As dúvidas assim como vêm, vão. Não sei como será a minha vida daqui a uns anos (nunca fui boa a planear longos períodos de tempo) mas o meu coração diz-me que a minha decisão é a correcta. Dá mais trabalho começar do zero mas frutos saborosos serão colhidos.
Entretanto cresci como mãe, dei mimo a uma casa e terra que estavam tristes, plantei flores, já choveu e o sol agora brilha. Acho que agora sou uma verdadeira mãe-galinha do campo. Entre os mil afazeres a que a quinta me obriga, acompanho as conquistas da Teresinha. Isto é um privilégio para mim. A Teresinha cresceu. Aprendeu a andar, descobriu o maravilhoso mundo da terra e das brincadeiras com água e tornou-se mais menina e menos bebé - e começa a precisar de um irmão!
A propósito das minhas dúvidas, e a título de consolo, lembrei-me deste poema do Pablo Neruda:
Morre lentamente, quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo. Morre lentamente, quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente ,
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor, ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente,
quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente,
quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco e
os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente,
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente,
quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece,
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar.
Pablo Neruda